Podcast Telessaúde debate desafios da linha de cuidado de tuberculose infantil

Na manhã desta terça-feira, 11/11, o novo episódio do Podcast Telessaúde abordou o tema “Tuberculose na infância: desafio para a linha de cuidado”, onde a enfermeira sanitarista e responsável técnica do Programa Municipal do Controle a Tuberculose (PMCT) de São Luís-MA, Neusa Maria, recebeu o Dr. Fabricio Silva Pessoa, pediatra e mestre em Biologia Microbiana.

Durante a conversa, foram discutidos temas relacionados ao diagnóstico de tuberculose (TB) em crianças, o papel da Atenção Primária à Saúde no atendimento às famílias e a importância do acompanhamento dos profissionais de saúde durante o tratamento da doença. O Dr. Fabrício destacou, ainda, a relevância de compreender o cotidiano das crianças diagnosticadas, fator essencial para a continuidade e o sucesso do tratamento da tuberculose infantil.

Ao ser questionado sobre os principais desafios que comprometem o diagnóstico da tuberculose em crianças, o especialista apontou que a falta de domínio, por parte de alguns profissionais de saúde, sobre as estratégias diagnósticas — em especial o escore diagnóstico, ferramenta que utiliza um sistema de pontuação para auxiliar na identificação da doença — tem prejudicado a efetividade desse processo.

“Muitos profissionais desconhecem a aplicação do escore diagnóstico e, por isso, tentam basear o diagnóstico apenas na identificação microbiológica”, explicou. Segundo ele, essa abordagem pode ser limitada, uma vez que o resultado microbiológico pode ser negativo, mesmo com a doença ainda em atividade. “Dominar o uso do sistema de pontuação é, talvez, o ponto crucial para a melhoria dos diagnósticos”, completou.

Para o Dr. Fabrício Silva, a Atenção Primária à Saúde desempenha um papel fundamental no enfrentamento da tuberculose infantil, não apenas por ser responsável pelo diagnóstico, mas também por atuar como porta de entrada e garantir o cuidado contínuo. A identificação de uma criança com tuberculose é considerada um evento sentinela — um alerta para o sistema de saúde local —, o que reforça a necessidade de monitorar e acompanhar tanto a família quanto os ambientes extrafamiliares da criança, especialmente em comunidades marcadas pela vulnerabilidade social.

A técnica do PMCT de São Luís (MA) lembrou que, conforme estabelece a Portaria nº 180/2018, os profissionais de enfermagem estão aptos a realizar o diagnóstico e o acompanhamento da tuberculose infantil. Ela também ressaltou que o podcast “São Luís pelo fim da tuberculose”, desenvolvido em parceria com o Núcleo de Telessaúde da UFMA, segue com novos episódios voltados à capacitação dos profissionais de saúde no enfrentamento à doença.



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