Na última sexta-feira, 30 de agosto, a equipe do Núcleo de Telessaúde do Maranhão (NTS-UFMA) esteve presente no Hospital Dr. Genésio Rego para realizar uma interconsulta para a classificação do Grau de Incapacidade Física (GIF) de pacientes portadores de hanseníase.
Na ocasião, profissionais de saúde do hospital referência estadual em hanseníase avaliaram pacientes de Codó (MA) e de Santa Rita (MA), classificados com GIF 2. Esse tipo de ocasião requer uma avaliação por parte de outro profissional, para confirmar (ou não) o grau de incapacidade.
Independente da classificação a avaliação é fundamental, pois possibilita a o paciente a definição de planos de cuidados, para que ele receba o tratamento necessário, de acordo com suas necessidades. A ação do NTS-UFMA permite que essa avaliação, que sempre foi feita de forma presencial, seja feita virtualmente, o que simplifica a rotina do paciente e do profissional de saúde.
Para a gerente de enfermagem Vanessa Aline Neponuseno, a expectativa para essa ação conjunta com o Telessaúde é fazer as avaliações do GIF 2 de forma mais rápida, diminuindo os registros de grau de incapacidade no sistema. “A Telessaúde vai ajudar muito pois, normalmente, o profissional de saúde teria que se deslocar para o interior do estado para fazer a verificação, além dos pacientes que não têm condições de vir para São Luís. Então, a gente vai possibilitar acesso a eles”, declarou Vanessa.
Shirlene Oliveira, fisioterapeuta que fez a teleinterconsulta com o paciente de Santa Rita, afirmou que a experiência das teleconsultas representa um ganho para ambos os lados. “Isso irá agregar não só nessa técnica de avaliação neurológica simplificada como em outras, sem sobrecarregar a referência estadual. É um ganho para nós, no qual a gente vai poder acompanhar os 217 municípios de forma digital”.
O fisioterapeuta Marcos Salgado foi quem conduziu a teleinterconsulta do paciente de Codó e reafirmou que a ação é benéfica para o sistema, para as unidades de saúde e para o próprio paciente. “Muitas vezes, esses casos são notificados de forma errônea e essa ação da telessaúde pode reduzir o número de casos para o nosso estado, para termos uma menor quantidade de notificações”.
“Com a telessaúde, reduzimos essa barreira geográfica, fica mais fácil realizar treinamento para profissionais e diminuímos a demanda de pacientes vinda para o hospital de referência de São Luís. Todo mundo sai ganhando”, alegou Marcos.
O NTS-UFMA tem desenvolvido um programa de hanseníase que ocorre em três etapas: um curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para os agentes comunitários de saúde; transmissão de webpalestras voltadas ao tema e, agora, as teleinterconsultas.
Essa iniciativa simplifica o atendimento médico dos profissionais de saúde, ao reduzir as barreiras geográficas e ao evitar a sobrecarga nas unidades de saúde. Além disso, a ação assegura à população tratamento adequado e especializado e traz uma melhora de indicadores para o estado.
Nota: O Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de hanseníase, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo o Maranhão um dos estados brasileiros com maior incidência da doença. Nele, os indicadores se devem a condições socioeconômicas desfavoráveis, principalmente o acesso limitado a serviços de saúde de qualidade em áreas mais remotas. |
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